Palavra do Irmão Rui Sílvio Stragliotto
Publicada por Gosp
Publicada em 06/09/2022
Vivenciada a magna celebração do Centenário do nosso GOSP e a surpreendente convocação para que me manifestasse no evento, me pergunto: o que fiz para merecer tamanha manifestação de carinho e amabilidade, se a estima pessoal de todos vocês já me é bastante?
Então penso: se minhas manifestações em momentos de angústia e incertezas foram úteis, certamente o foram porque meu coração refletiu solidária e fraternal pureza de sentimentos. Porque meu abraço e meu apoio foram sinceros, leais, merecidos e verdadeiros em face dos ataques e ignóbeis aleivosias de que o GOSP foi alvo, por exercer o legítimo direito e dever, até, de reagir à injusta opressão de conhecida fonte, cuja citação à bem da FRATERNIDADE merece o perpétuo esquecimento.
A amabilidade de todos os Irmãos da jurisdição do nosso GOSP, desde o mais moderno aprendiz ao mais experiente alto dignitário, a recebo como uma homenagem à nossa Muito Respeitável Grande Loja Maçônica do RGS e ao nosso Grão--Mestre Tadeu Gomes Xavier, incorporando-a à minha memória afetiva em particular. Uma noite para não ser esquecida jamais.
Essa obra de luta pela liberdade – o mais precioso bem da Maçonaria –, a determinação no enfrentamento das dificuldades e a perseverança na conquista dos objetivos, comuns a todos os verdadeiros Construtores Sociais, transforme o majestoso palácio sede do GOSP, prestes a ser inaugurado, em próspero santuário de meditações e vossas preces e sonhos em justas realidades. Toda mudança para melhor, reclama luta e vigilância, tanto quanto qualquer ascensão exige esforço, perseverança e sacrifícios até.
O respeito e admiração que tenho por essa Veneranda e Centenária Instituição de homens dignos e honrados, primeira em território paulista (1921), “é tributo à diferença que tem feito na construção de um mundo melhor.”
Vocês são vencedores, porque fizeram dos obstáculos, desafios; das dificuldades, oportunidade de crescimento e evolução. Certamente em algum momento foram as lágrimas que regaram vossos sonhos. Porém, vivenciaram, digna e intensamente, cada momento. Vocês, meus Irmãos, conquistaram o respeito e a admiração das pessoas inteligentes porque enfrentaram e venceram a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros do Poder, que perverso quando despreza valores e princípios fraternos, combatendo-os com o Estandarte do Direito, da Justiça e da Verdade, tal como descrito no ritual do Aprendiz de Maçom. Aqueles que isto não reconhecerem, não entenderam o “real” propósito da Maçonaria: O AMOR FRATERNAL QUE NÃO SE CONFUNDE COM A SUBMISSÃO AO ARBÍTRIO, embora a Paz lhe seja o horizonte.
Tenho dito sempre e cada vez com mais convicção que “Fraternidade, mesmo sem Maçonaria, continua sendo Fraternidade; porém, Maçonaria sem Fraternidade, pode ser tudo, MENOS Maçonaria”. Só uma lei existe que sobreviverá aos limites de inquietação do homem: A LEI DO AMOR, instituída pelo PODER CRIADOR, como disse EMANUEL ao Príncipe da paz, XICO XAVIER: “Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor”. Isso é o que se chama Autoaperfeiçoamento. Isso é tudo o que nós Maçons buscamos.
Meus queridos Irmãos da família GOSP, quem olha para fora SONHA, ambiciona o poder; quem olha para dentro DESPERTA, encontra o PODER CRIADOR, torna-se cúmplice de sua obra.
Essa consciência, a meu juízo, fez do GOSP, mesmo com o próprio sacrifício, PROTAGONISTA da maior aspiração da Maçonaria Brasileira contemporânea, desencadeando uma “UNIÃO” até então inimaginável, que transformou “primos” em “irmãos” e Obediências até então tratadas como “espúrias” em “AMIGAS”. MAÇONARIA É TAREFA DE LIBERTAÇÃO! – o GOSP libertou os oprimidos e humilhados de ontem e, mesmo com o próprio sacrifício. Cumpriu com sua nobre e libertária missão. O futuro dirá se a “UNIÃO” foi sincera, leal e verdadeira, sem que nenhum interesse oculto a tenha inspirado. Então, saberemos se foi virtuosa. A cautela dessa observação, que é pessoal, a faço porque aprendi com meu velho e sábio avô materno, “nunca fazer aquilo que não pudesse contar como e porque o fiz”.
O GOSP sem reserva de qualquer espécie, protagoniza um histórico e rico legado a ser celebrado pelos filhos de seus filhos, que terão um BELA e HONRADA HISTÓRIA PARA CONTAR.
O BEM quando praticado deixa de pertencer ao benfeitor e transfere a GRATIDÃO ao domínio do beneficiado porque inspirado pelo PODER CRIADOR; sabendo, porém, que ao praticar o bem é preciso ter a coragem de suportar, com igual grandeza, eventual ingratidão.
Para quem insinuar questões de “regularidade”, uma singela pergunta é melhor resposta: “quem chegou primeiro como Instituição legitimamente instalada em território Paulista, sem jamais transigir com princípios e valores da franco-maçonaria?” – cada um sabe de onde saiu, e o desprezo às origens, é feio. Muito feio. Abominável.
Que DEUS, o Grande Arquiteto do Universo, abençoe nosso Grande Oriente de São Paulo e cada um de seus jurisdicionados e familiares. Esse desejo é a única forma que encontro para manifestar minha gratidão por carinhoso gesto. E, se de alguma forma fui útil, o fiz no elementar cumprimento do dever de um Maçom.
O Centenário GOSP, será, um dia, celebrado como o GRANDE LIBERTADOR DA MAÇONARIA BRASILEIRA, porque papéis não tem o poder de substitui sentimentos. Essa observação a faço por haver em 2007, em histórica Assembleia da Confederação Maçônica Interamericana (CMI), mesmo com oposição de Poderosa Obediência Brasileira, haver enfrentado semelhante resistência quando a Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, no exercício da Vice-presidência da 5ª Zona daCMI, propôs e protagonizou a recepção dos primeiros quatro Grandes Orientes Independentes do sul do Brasil, naquela Confederação. Nunca é demais lembrar que Maçonaria se pratica e que LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, não é só um LEMA, mas um PRINCÍPIO INSTITUCIONAL cujo valor não serve apenas para ilustrar Estandartes.
Saibam que a celebração da qual nos foi dada a honra de participar em 20 de agosto passado, jamais será esquecida, tanto pela amabilidade do convite, quanto pela magnitude do evento.