Luzes 64ªED. Palavra do Grão-Mestrado
Leia agora a Palavra do Grão-Mestrado na edição 64ª da Revista Luzes.Publicada por Gosp
Publicada em 02/06/2022
Muitos rituais maçônicos afirmam o impagável valor da amizade. Duas correntes etimológicas apresentam como origens possíveis para a palavra amizade o latim amicus, derivado do termo amore (amar), ou o grego a (sem) + ego (eu). Qualquer das duas possibilidades reforçam a ideia da relação afetiva, sincera, entre duas pessoas.
E qual a ponte entre “amizade” e “fraternidade”? Vemos que fraternidade vem do sentido coletivo enquanto a amizade se dá em relação individual, assim, feliz do maçom que fortalece o sentido da fraternidade fazendo o maior número possível de amizades. Mas é necessário um certo cuidado com a compreensão dos termos. O sociólogo estadunidense Richard Sennett define a sociedade contemporânea como uma “tirania da intimidade”, agravada pelo fascínio com as redes sociais, onde parece que somos forçados a curtir, aprovar, ver, participar à distância da vida das pessoas com as quais nos relacionamos eletronicamente – relações impessoais e quase sempre desprovidas de profundidade. Montaigne disse ser um defeito que “em vez de procurarmos conhecimento dos outros, esforçamo-nos por nos tornarmos conhecidos”.
O silêncio e a modéstia são qualidades muito apreciáveis na conversação. Por isso, reflitamos sobre o significado da amizade e busquemos, sempre, fazer amigos e aprofundar o conhecimento sobre nossas amizades. Cabe, então, ressaltar a perda de um importante amigo que durante anos desfrutou da nossa convivência. Renato de Oliveira Mecca sempre foi um Maçom de convicções fortes sem ser inflexível no que poderia ser flexibilizado; rígido na defesa da moral e da ética, porém sempre sorrindo e tentando convencer, orientar, ensinar. Faz falta ao nosso convívio e nos engrandece por ter sido um verdadeiro amigo.